O Brasil é o quinto pais mais extenso
do mundo. Com uma área de 8 514 876 km², o território brasileiro só é maior que
o da Rússia, do Canadá, da China e dos Estados Unidos.
No Brasil há uma extensa faixa litorânea, com
7 367 km de extensão, e uma fronteira terrestre ainda maior, que, com 15 719
km, faz limite com dez países sul-americanos.
É nesse imenso território que o Estado
brasileiro exerce sua soberania, ou
seja, a autoridade e o controle absoluto sobre os elementos rurais e culturais
situados em seus limites, não somente sobre as terras surgidas, mas também
sobre tudo aquilo que existe em sua faixa de mar territorial, em seu espaço
aéreo e no subsolo.
Essa extensa dimensão territorial de nosso
pais possibilita a existência de uma imensa diversidade de paisagens naturais e
culturais. Em muitas delas encontram-se marcas ou vestígios que remetem á
historia da ocupação e da formação do território nacional.
A formação histórica do território brasileiro
iniciou-se no século XVI, com o desembarque de navegadores portugueses no
litoral oriental da América do Sul. Esses exploradores vieram tomar posse das
terras partilhadas com os espanhóis por meio do chamado Tratado de Tordesilhas, documento assinado pelas duas potencia
marítimo-mercantes da época, Portugal e Espanha, no ano de 1494.
As terras encontradas pelos navegadores
portugueses já eram habitadas há milhares de anos por centenas de povos
indígenas. Muitos desses povos foram dominados pelos portugueses para o
trabalho escravo, os que resistiam à escravização eram mortos ou fugiam para as
áreas interioranas. Calcula-se que naquela época entre três e cinco milhões de
indígenas ocupavam o território brasileiro.
Durante o século XVI, a ocupação ocorreu
apenas nos pontos em que foram instaladas as chamadas feitorias. Em torno das feitorias, os portugueses passaram a
explorar especiarias e o pau-brasil.
Os séculos XVII foram marcados pelo inicio da
exploração das áreas interioranas, os chamados sertões, sobretudo por meio das atividades pecuária e mineradora.
Nessa época passaram também a ser exploradas
as chamadas drogas do sertão,
produtos nativos da floresta Amazônica, como o cacau, a baunilha, e o urucum,
usados como temperos.
A penetração em direção aos sertões fez que as
áreas ocupadas pelos portugueses no continente sul-americano transgredissem os
limites estabelecidos pelo Tratado de Tordesilhas.
No ano de 1750 firmou-se o chamado Tratado de Madri, por meio do qual a
Espanha reconheceu o direito português sobre uma imensa extensão de terras
sul-americanas.
Esse processo de ocupação territorial estava
diretamente relacionado ao interesse português de fazer de suas terras da
América do Sul uma colônia de exploração.
O café ainda é um dos principais produtos
exportados pelo Brasil. Inserido no país no final do século XVIII.
Durantes esse período, o afluxo de escravos
ainda era grande, embora tivesse começado a diminuir após o processo de
independência do país.
Como forma de substituir a mão de obra
escrava, o Estado estimulou a vinda de trabalhadores imigrantes livres,
sobretudo europeus.
Assim, até a metade do século XX, entraram em
território brasileiro cerca de quatro milhões de imigrantes.
Nos primeiros séculos da nossa historia, esse
processo envolveu principalmente os povos
indígenas; os portugueses; e os povos africanos.
A partir da metade do século XIX, povos de
outras origens passam a fazer parte da composição da população brasileira. Eram
imigrantes, sobretudo europeus e asiáticos, povos que, fugindo de
guerras e da pobreza que associava seus países de origem, surgiram no Brasil,
em busca de melhores condições de vida.
Foi em relação entre os vários grupos humanos
que se estruturou o Estado-nação brasileiro,
uma sociedade politicamente organizada por meio de instituições, com leis e
governo próprios, e marcados por elementos culturais que lhe são peculiares.
A partir do século XX, tínhamos as fronteiras
nacionais definidas, e começava a se implantar em determinadas áreas o processo
de tecnificação do território, ou
seja, de prolongamento das estradas de ferro, da rede de distribuição de
energia elétrica, telegrafia, telefonia, entre outras.
A partir do final do final da década de 1940,
o Estado também passou a estimular a expansão das chamadas fronteiras econômicas ou agrícolas
em direção às grandes áreas de cerrado e floresta Amazônica, ainda pouco
povoadas.
Desde suas origens, os órgãos públicos de
gestão territorial estiveram voltados o planejamento regional, com o objetivo
de investigar os desequilíbrios socioeconômicos existentes no país. Assim, o
Governo Federal criou chamadas superintendências
de desenvolvimento regional.
A disposição no território dos elementos
criados pela sociedade, como cidades, plantações, rodovias, ferrovias, portos e
hidrelétricas, e a distribuição espacial da população configuram a organização
do espaço de um país.
Em 1934, foi criado o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). Desde então grandes transformações na
organização espacial interna no país ocorreram, como a formação de centros
urbanos-industriais, a expansão das fronteiras agrícolas, a modernização das
demais atividades econômicas e o rápido crescimento da população nacional, o
que promoveu a profunda mudança no perfil geográfico no Brasil.
Nas ultimas décadas, uma proposta de
regionalização, não oficial, difundiu-se entre os pesquisadores e na mídia em
geral. Trata-se da divisão do Brasil em três grandes regiões geoeconômicas ou complexos
regionais (Amazônia, Nordeste e Centro-Sul), que obedece a critérios
ligados aos aspectos naturais e ao processo de formação socioespacial de nosso
território.